segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Em Tupanciretã...

Dizem que "o bom filho a casa torna", pois estive na minha querida cidade: Tupanciretã, no dia 08/12, para uma conversa sobre o livro: Por trás das cortinas. O local para esse encontro não poderia deixar de ser o Centro de Pastoral da Paróquia Mãe de Deus, digo que não poderia deixar de ser, por toda a experiência vivida na comunidade cristã ali presente. Muito da minha bagagem espiritual e cultural foi adquirida nos encontros de jovens na década de 90. Reencontrei muitas pessoas queridas neste dia, que fazem parte da minha história e do meu carinho. Um especial obrigado aos meus familiares, ao Pe. Gildo, ao Pe. Edson e à Rosa, que foram ótimos anfitriões.



Com minha querida Professora Maria Isabel Flores que, no distante 1987, abriu-me as portas da Literatura.


Eliane Mantelli, companheira de grupo de jovens e de sonhos.


A Marlene também trabalhava na escola em que estudei e tem muitas histórias para contar.


Rosa - Secretária do Pe. Gildo e uma amigona.


Com a Vânia, minha amigona dos tempos de sair para todo canto com a viola embaixo do braço e cantar...

Bate-papo na Livraria Ex Libris em Novo Hamburgo



domingo, 16 de dezembro de 2012

Bate-papo no Colégio Bom Conselho - Porto Alegre

No dia 19/11, estive no Colégio Bom Conselho com os alunos do 5º ano EF para uma conversa sobre o livro: Por trás das cortinas. Conseguimos, através de um bate-papo bem legal, esclarecer algumas curiosidades sobre o texto; o bacana do evento foram as várias perguntas que todos já tinham combinado previamente e me deixaram muito surpreso pela qualidade e pela curiosidade. As professoras Cássia e Adriana estão de parabéns pelo belo trabalho de incentivo à leitura que desenvolvem na escola.



quinta-feira, 15 de novembro de 2012

58ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE

Dia 31/11, às 18h30min, no Ateliê da Imagem, durante a 58ª Feira do livro de Porto Alegre, realizamos um bate-papo sobre o livro Por trás das cortinas.
Abaixo, uma foto desse momento tão especial.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

COLÉGIO DUQUE - SAPIRANGA

O bate-papo com os alunos de 5º e 6º ano no Sinodal de Sapiranga foi um momento muito especial. Gosto muito da cidade, pois me faz lembrar o livro Videiras de Cristal de Luiz Antônio de Assis Brasil, obra que me fez conhecer um pouco mais da história do lugar através do universo único da literatura.





FEIRA DO LIVRO DO COLÉGIO ROSÁRIO

A história de Por trás das cortinas surgiu de um bate-papo na Biblioteca do Marista Rosário anos atrás. Conversar sobre o livro com quem ajudou a gestá-lo foi muito bom.


FEIRA DO LIVRO DO SINODAL PORTÃO

O primeiro bate-papo com alunos sobre o livro Por trás das cortinas aconteceu no Colégio Sinodal de Portão, no dia 26 de setembro. Emocionante.




domingo, 4 de novembro de 2012

LANÇAMENTO DE POR TRÁS DAS CORTINAS

Dia 14 de setembro de 2012, no final da tarde, na Casa de Cultura Mario Quintana, aconteceu o lançamento do livro Por trás das cortinas (Editora BesouroBox). Realmente foi um momento muito especial, pois além de apresentar aos amigos minha primeira produção literária, o bate-papo rolou solto e descontraído entre os presentes...



domingo, 29 de julho de 2012

A intensidade de Fatima


Cinco dias na cidade maravilhosa. Depois de um semestre cheio de atividades, nada melhor que um banho de mar em Copacabana para relaxar e recarregar as energias para o que virá. Claro, a presença de amigos queridos é indispensável, isso também não faltou. 
Não sei por que cargas d’água, ao tomar o táxi no Galeão, falei para meus companheiros de aventura: “Já pensou se tem um show da Fatima Guedes para a gente ir...” Depois de alguma estranheza, alguém lembrou: “Ah! Aquela do ai, ai o mato, o cheiro, o céu, o rouxinol...” Isso, mesmo. Comecei a gostar dela por causa da Elis, que em Saudade do Brasil, de 1980, gravou Onze fitas. Comprei tudo o que encontrei aqui pelo Sul, mas ainda faltam alguns discos para completar minha coleção. Talvez um passeio pelos sebos do Rio de Janeiro resolva esse problema.
No segundo dia de passeio, andando pela Nossa Senhora de Copacabana, avistei a Sala Baden Powell e, do outro lado da rua, pesquei com o olhar o nome que procurava: “Pessoal! Tem show da Fatima Guedes”. Compramos os ingressos na hora.
O espetáculo estava marcado para sábado à noite. No domingo voltaríamos cedo para Porto Alegre. Agora, mais do que nunca, era hora de procurar os álbuns que faltavam. Um exemplar me aguardava num dos inúmeros sebos do centro histórico. O de 1980.

Na hora prevista, estávamos a postos. O coração batendo forte. Uma dúvida na cabeça: “Será que eles vão gostar dela? Nunca a vi cantando ao vivo, só a conheço dos discos, vão pegar no meu pé depois...”
A cortina abriu-se lentamente, sob os acordes do violão, a voz inconfundível encheu o ambiente de timbres, tons e notas. Não precisei temer a crítica de meus amores, pois aquele instrumento musical humano justificava a minha insistência, a minha paixão e a minha vontade.
A lua esteve presente nas canções da artista; também os problemas sociais de uma cidade que se transforma a cada momento e, ao mesmo tempo, parece não ter desistido de seus velhos problemas; o amor esteve no ar, de muitas formas, de muitos jeitos, de muitas nuances; no entanto, o que mais se destacou nesta lacuna de tempo em que ficamos parados para que ela passasse, foi uma compositora madura, com uma afinação perfeita, com uma presença de palco impecável e com uma intensidade sem medidas.
Ao sairmos do teatro, com nossos discos autografados embaixo do braço, surgiu um questionamento interessante: “Será que conseguiremos ouvir toda a baboseira a que somos submetidos todos os dias pela mídia depois de ter vivido tudo isso?!” Não tenho resposta, mas não quero que meu ouvido se acostume. Quero mais Fatima, quero mais arte, quero mais profundidade, quero mais criatividade.

Se eu pudesse dar um conselho diria: “Procure uma saída para a massificação cultural a que somos submetidos em nome de um mercado musical alienante. Tem muita coisa boa esperando para ser ouvida/ sentida/ vivida. Saia do curto circuito do pão e circo de cada dia. Você não vai se arrepender...”

P.S. 1: Perdão ao nobre senhor que andou duas quadras a procura de um banco e acabou perdendo o bis generosíssimo pensando que os discos que levávamos haviam sido adquiridos no teatro.
P. S. 2: Obrigado João Pedro Roriz por ligar para a cantora avisando que quatro gaúchos doidos estavam loucos de amor por ela.
P. S. 3: Fátima Guedes. Tu mereces nossos mais intensos aplausos.

Alguns trabalhos da cantora:

 

 

 

domingo, 17 de junho de 2012

Apresentação


Quando criança, não gostava muito de ser chamado de Antônio; pensava que era nome de velho. Na adolescência então, piorou, nome de santo, casamenteiro ainda por cima. Mas, de uns tempos para cá, virou moda novamente. Acho que só aceitei realmente essa condição, quando soube que a Maria Rita (filha da Elis Regina, de quem sou fã incondicional) resolveu batizar o seu primogênito com o nome de: Antônio.
Nasci no inverno de 1976, no dia 13 de julho, plena ditadura militar, em Tupanciretã, cidade localizada no centro-oeste gaúcho, perto de Cruz Alta, terra do grande escritor Erico Verissimo, que em sua obra O tempo e o vento, na primeira parte, faz duas referências à minha terra natal.
Aos 17 anos, fui para Santa Maria onde cursei 5 semestres de Filosofia no Seminário Diocesano. Depois de um tempo, decidi entrar numa ordem religiosa, em Santa Cruz do Sul, onde continuei, por mais 2 anos, os cursos de Filosofia e Teologia. A fase sacerdotal ficou para trás e resolvi tentar a vida na capital. Trouxe na bagagem uma paixão muito grande pela música. Talvez por ser canceriano, gosto muito de colecionar coisas, e hoje, possuo um acervo pessoal de mais de 2500 álbuns nos formatos CDs e Discos de Vinil.
Trabalhei durante 11 anos em uma biblioteca escolar envolvido diretamente em projetos voltados ao incentivo à leitura. Essa experiência profissional fez com que eu desenvolvesse o interesse pelo curso de Letras. Ingressei na Unisinos, por ficar perto de Portão, local de minha residência, onde vivo em um sítio com muita natureza, 1 cão (Paco), 2 gatos (Bentinho e Capitu) e um grande amor. 
Desde 2011, desenvolvo minhas atividades junto à Ama Livros Distribuidora (www.amalivros.blogspot.com), realizando muitos trabalhos em muitas escolas, contando histórias, falando de literatura e incentivando cada vez mais pessoas a descobrirem o encanto pelos livros.
Acredito que a felicidade é uma conquista diária e urgente; nunca a coloco numa previsão futura, portanto, sou e estou muito feliz. Citando uma música cantada por Elis: Agora, só me faltam carneiros e cabras pastando solenes no meu jardim.

sábado, 16 de junho de 2012

A liberdade da literatura

Resenha do capítulo: O estatuto da literatura infantil, do livro: A literatura infantil na escola, de Regina Zilberman, para a disciplina de Formação do Jovem Leitor, com a professora Celia Doris Becker (in memorian).


lustração de André Neves

O conceito de literatura infantil popularizado no ambiente escolar está intimamente vinculado aos aspectos inerentes à reformulação da estrutura escolar iniciada no final do séc. XVII e presente até os dias atuais. Em sua obra: A literatura infantil na escola, lançada em 2003, pela Global Editora, no capítulo intitulado: A criança, o livro e a escola, a autora Regina Zilberman discorre sobre a origem desse gênero literário e o seu atrelamento à nova estrutura de educação como um suporte pedagógico em detrimento de sua função de arte ficcional.
A escritora apresenta, num primeiro momento, um quadro histórico do surgimento do conceito de infância. Até a Idade Moderna, a criança era vista mais como um projeto do que realmente iria se tornar: um adulto. Com a crise do feudalismo, as posturas aristocráticas foram sendo deixadas de lado e uma nova forma de pensar a família surgiu.  A criança passa a ter um lugar de destaque e de cuidado em um ambiente mais íntimo em que os laços de afeto são estimulados na privacidade do lar, bem ao gosto do estilo burguês do séc. XVIII.
Enriquecendo o trabalho, Zilberman faz uso de algumas citações de autores que também se debruçaram sobre o tema. É o caso de Edward Shorter que aponta uma desestruturação da família tradicional baseada no feudalismo. O namoro passa a ser incentivado pelo amor e não como um acordo familiar e interesseiro; o relacionamento entre mãe e filhos, onde o amor materno passa a ser uma verdade incondicional e acima de todas as coisas e, por fim, a criança é retirada do meio social, sendo protegida e isolada na privacidade do lar. Rousseau é visto como o teórico que apontou a pureza infantil e a necessidade de separá-la do meio social até que esteja preparada para enfrentar o mundo adulto.
A ideia de infância nestas características de “inocência” e do “bom selvagem” corporifica dois sonhos dos adultos: o ideal de permanecer nessa pureza e a expansão do desejo de superioridade, já que a criança permanece inteiramente sob seu jugo.
Para sustentar essa estrutura, a escola também passa por um processo de adaptação no intuito de manter a ordem vigente. Como instituição preparadora para a vida adulta, a escola precisava proteger as crianças, isolando-as da sociedade, impedindo uma vida social diversificada, tornando-se, assim, um mecanismo ideológico. Aparecem também as primeiras criações literárias voltadas ao público infantil como um instrumento das normas em vigor.
Para merecer o status de arte, a literatura infantil necessita desatrelar-se do moralismo com que foi alcunhada. Tanto a escola quanto a literatura possuem uma natureza formativa dinâmica, cabe a esta ser utilizada como um espaço de lazer e fantasia, comprometida com o meio social, sintetizando através da ficção o mundo no qual o indivíduo está inserido, apontando possibilidades diversificadas de visões presentes no texto, assim, poderá haver um intercambio entre o leitor e o texto e um distanciamento da doutrinação que permeou a utilização da obra literária no ambiente escolar durante tanto tempo.




domingo, 27 de maio de 2012

Ao rés-do-chão - Um olhar para a poesia de Manoel de Barros






Manoel de Barros pode ser considerado um dos últimos autores vivos da antiga geração da qual faziam parte Oswald de Andrade, Guimarães Rosa - um dos mitos do poeta e do qual se tornou amigo - e Carlos Drummond de Andrade. Embora afirme pertencer cronologicamente a essa geração, o poeta possui uma marca registrada: a originalidade, o que o leva a afirmar: “Não sofri aquelas reações de retesar os versos frouxos e endireitar sintaxes tortas.” (Barros, 1990, p. 308)
Nasceu em 1916, em Mato Grosso, de onde saiu aos 8 anos de idade para estudar no Colégio dos Maristas no Rio de Janeiro, onde permaneceu no internato, no sentido lato da palavra, como declarou o poeta, numa de suas raras entrevistas, ao programa Fora do Eixo, da TV Educativa Regional de Mato Grosso do Sul em 2006[1], pois durante os 10 anos de estudos quase não saiu do colégio.
Visitava com frequência a biblioteca, onde entrou em contato com os clássicos e com o autor que chamou mais a sua atenção nesse período: Padre Antônio Vieira. O menino Manoel encantou-se com a forma como Vieira desdobrava as palavras em sua criação literária “Eu não gostava de refletir, de filosofar; mas os desvios linguísticos, os volteios sintáticos, os erros praticados para enfeitar frases, os coices na gramática dados por Camilo, Vieira, Camões, Bernardes – me empolgavam”. (Barros, 1990, p. 324)
Ao sair do internato, entrou para o Partido Comunista; residiu com um grupo de rapazes em uma pensão; foi acusado de pichação a um monumento público com alguns colegas de partido e, por causa disso, acabou sendo procurado pela polícia no local onde morava. A dona da pensão procurou demover o policial de sua tarefa, argumentando que aquele era um rapaz recém saído do colégio dos padres, que até escrevia poesia. Não restou alternativa senão entregar ao policial o manuscrito intitulado Nossa Senhora de minha escuridão. As primeiras poesias de Manoel de Barros estão perdidas, mas o livraram da prisão.
O desencanto com o partido surgiu do pronunciamento feito por Carlos Prestes em apoio ao governo de Getúlio, mesmo depois deste ter mandado a mulher do comunista, Olga Benário, de volta para a Alemanha como um presente para Hitler. Para Manoel de Barros foi uma grande desilusão, pois Prestes era tido como um herói.
As viagens pela América Latina serviram para que o poeta entrasse em contato com o sentido mais original e primitivo da vida humana em sua convivência com os índios colombianos e peruanos. Ao chegar a Nova York com seus museus, exposições e arquitetura, ele pode fazer um contraponto entre o arcaico e o erudito.
O poeta viveu no Rio de Janeiro por 40 anos, durante esse tempo, formou-se em Direito e, ao voltar de viagens ao exterior, conheceu uma mineira chamada Stella, com quem se casou e teve três filhos.
Ao assumir a fazenda do pai no Pantanal, Manoel de Barros isolou-se completamente e ficou esquecido da crítica e do mundo literário até meados da década de 80, quando Millôr Fernandes começou a publicar alguns poemas do matogrossense nas colunas dos jornais aos quais escrevia.
A sua timidez é um dos argumentos principais para manter certa distância da mídia. As entrevistas concedidas, quase sempre, são por escrito.  Um dos raros momentos em que o poeta deixou-se gravar foi para o documentário Só dez por cento é mentira, realizado em 2008, pelo cineasta Pedro Cezar, no qual revela que tudo o que tem a dizer está nos seus livros, não pretende ser entendido e sua única obsessão é a poesia. Em entrevista publicada na Edição Especial de Gramática expositiva do chão, o autor ainda reafirma essa posição: “Poesia não é para compreender, mas para incorporar” (Barros, 1998, p. 37)
É quase impossível procurar saber o que realmente Manoel de Barros quer dizer com sua obra poética. O próprio autor afirma que “Poeta não tem compromisso com a verdade, senão que talvez com a verossimilhança”. (Barros, 1990, p. 316) (grifo nosso)
A matéria poética de Manoel de Barros é visível em toda a sua produção artística e se apresenta em elementos simples: latas, sapos, rãs, caracóis, pedras e inúmeras outras criaturas, animadas ou não, acabam aparecendo nas páginas de seus livros. Nos seus inúmeros cadernos de rascunhos, anotados a lápis, Manoel humaniza as coisas e os animais: “Os rios começam a dormir pela orla” (Barros, 1997, p. 60); “Sapo nu tem voz de arauto” (Barros, 1997, p. 61). Em sua obra Retrato do artista quando coisa, de 1961, encontramos a coisificação e a animalização do homem:
“Retrato do artista quando coisa: borboletas
Já trocam as árvores por mim.” (Barros, 2001, p. 11)
Manoel de Barros ainda está sendo descoberto por leitores e críticos. Já recebeu inúmeros prêmios por sua obra. Sua genialidade está em apanhar aquele cisco que, para a maioria não serve para nada, mas que, para ele, é mais importante que uma catedral:
“Vou deixando pedaços de mim no cisco.
O cisco tem agora para mim uma importância
de Catedral.” (Barros, 2010, p. 360)



Outra faceta do autor está em utilizar a fala das crianças e dos mais simples como matéria de poesia, como se vê no documentário acima citado que, em um trecho, narra a experiência de observação das coisas que seu filho João falava e que viravam versos em seus livros.
Outro grande personagem inspirador de Manoel de Barros, que também aparece no documentário, é Bernardo, um homem simples, que não falava, mas que se tornou lendário em seus textos, como bem expressa Berta Waldman na introdução de Gramática expositiva do chão: “O primeiro homem desta terra é Bernardo, aquele que “é muito apoderado pelo chão”, “que tem uma caverna de pássaros dentro de sua garganta escura e abortada”, que “com suas mãos aplaina águas”. (Barros, 1990, p. 27 – 28)
A complexidade e, ao mesmo tempo, a simplicidade direta de mostrar o esquecido, o deixado de lado, torna a poesia de Manoel de Barros instigante:
“O que é bom para o lixo é bom para a poesia”. (Barros, 2010, p. 147)
Diante de um mundo tão focado no tecnológico e no descartável, sua criação nos remete a um universo primitivo, num resgate ao intrinsecamente humano, ou seja, o barro, a água dos rios, o silêncio da mata, o contato com os insetos e demais animais:
“Tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma
e que você não pode vender no mercado
como, por exemplo, o coração verde
dos pássaros,
serve para poesia.” (Barros, 2010, p. 146)
 É impossível sair incólume depois da leitura de um dos seus mais de 20 livros. Sua arte é um deleite. É POESIA.


REFERÊNCIAS:




BARROS, Manoel. Arranjos para assobio. Rio de Janeiro: Record, 1998, 2ª ed.

BARROS, Manoel. Gramática expositiva do chão (Poesia quase toda). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990.

BARROS, Manoel. Livro de pré-coisas. Rio de Janeiro: Record, 1997, 2ª ed.

BARROS, Manoel. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.

BARROS, Manoel. Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro: Record, 2001, 2 ed.
CÉZAR, Pedro. Só dez por cento é mentira. Artezanato Eletrônico, 2008.